terça-feira, 15 de dezembro de 2009

INSPIRAÇÕES...

Já ouviu aquela expressão "quanto mais a gente faz, mais quer fazer"? Estou me dando conta de que o contrário também é verdadeiro. No começo, quando eu postava com mais freqüência (com trema, claro!), pensava em diversos assuntos sobre os quais poderia escrever. Agora, à medida que os meus posts foram ficando mais esporádicos, parece que cada vez tenho menos inspiração. De repente me parece estúpido escrever sobre o meu cabelo ou uma torta que não deu certo. Será que é isso que chamam de maturidade?? Acho que nunca saberemos! :)

De qualquer forma, hoje fui ao cinema! Programei uma maratona, com um filme no Moinhos, outro em seguida no Iguatemi, tudo bem cronometrado... a única coisa que não levei em consideração foi que meu marido alérgico resolveu tomar um anti-histamínico antes de ir pro cinema e acabou dormindo por alguns minutos no primeiro filme e perdeu a coragem de ir para o segundo.

Mas tudo bem, vamos analisar o primeiro filme que me trouxe inspiração para esse post. O nome dele é Julie & Julia, dirigido pela Nora Ephron, que é um gênio da comédia romântica, e conta com a Meryl Streep no elenco, que está ótima, à propósito. São duas histórias simultâneas: uma em mil novencentos e lá vai bolinha (acho que lá pela década de 50 ou 60), de uma mulher que se muda para a França com o marido (que vai a trabalho) e, apaixonada pela culinária francesa, decide começar a estudar gastronomia no melhor instituto do mundo. Sem jeito nenhum para a cozinha, acompanhamos o desenvolvimento da personagem, que acaba escrevendo um livro de culinária francesa para as americanas que não tem empregadas. A outra história é de Julie, uma escritora frustrada em um emprego que odeia, que cozinha para desestressar. O ano é 2002. Sem propósito na vida, seu marido propõe que ela comece a escrever um blog... ela irá cozinhar todas as receitas do livro que Julia lançou (524 receitas) em 1 ano (365 dias). E assim a história se desenrola, com as duas cativantes personagens enfrentando suas dificuldades no dia-a-dia.

Aí eu fiquei pensando que poderia começar a postar sobre comida! Mas não comida de um livro de receitas, mas comidas inventadas, minhas aventuras na cozinha... mas só as que deram certo (e aí a minha tentativa de torta holandesa não entraria, claro!). A idéia até pareceu legal a princípio, eu amo cozinhar, sou muito boa na cozinha (e modesta em diversas outras áreas), mas agora, problematizando, estou me dando conta de que o feito não é muito factível.

Analisemos:
1. O meu jeito de escrever é meio infame, com meu senso de humor estranho... como é que eu traduzo isso em um blog sobre comida? Falando pro leitor colocar chocolate na carne moída? Que coisa mais indigesta!!
2. Eu não faço as coisas com receita... pareço bruxa na cozinha, coloca um negocinho ali, uma coisinha aqui, asas de morcego, pernas de barata, e aí a comida dá no que dá. Não tem medida, não é programado... e como é que eu traduzo isso numa receita? Coloque um pouquinho de cada coisa e deu? E pra quem conhece o sangue Müzel que corre nas minhas veias, sabe que o nosso pouquinho é o bastante da maioria da população.
3. O gordinho aqui de casa até agradeceria, mas em 2 meses de blog nós íamos virar a família Bolinha!! Em 6 meses de casamento, trabalhando, fiz meu marido engordar 15kg, imagine se eu realmente me dedicasse à tarefa? Haja exercício pra queimar toda essa santa gordura!
4. Depois de 2 postagens eu ia cansar de escrever sobre uma coisa só... e depois de uma semana ia parar de cozinhar também. Digamos que nesse aspecto eu não sou a pessoa mais obstinada do mundo. Tipo, em um filme pode até dar certo, mas eles esquecem de falar sobre a louça a ser lavada depois... cozinhar até vai, mas lavar a louça depois ninguém merece!

Bom, depois de todas as minhas inúmeras (4!!) considerações, decidi afundar a idéia do comiblog (que já tinha até nome!). Claro, imagino que ao ler isso muitos fãs da minha comida fiquem extremamente frustrados de saber que as minhas receitas serão benefício único da minha descendência, que não será gordinha mas que engordará a muitos! Mas você pode se consolar no fato de que eu amo cozinhar para as pessoas, e com isso pode ficar à vontade para se auto-convidar para comer com a gente de vez em quando. Talvez sua visita seja tão memorável que até vire assunto do meu blog (já que este não estará limitado a comida).

E eu, por enquanto, permaneço aqui, com minhas inspirações limitadas para futuras postagens, imaginando quando terei assunto para postar novamente. Se você quiser sugerir alguma idéia que eu esteja apta a falar a respeito (se eu não estiver tudo bem, eu geralmente invento fatos mesmo!), mande para mim. Se a sua idéia for boa e eu conseguir postar sobre ela, posso até te pagar o favor em comida!! :)

Interessados??

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

MUDANÇAS QUE VEM PARA O BEM...

Eu sempre achei que me adaptava bem às mudanças. Enquanto muita gente preza pela estabilidade (que às vezes beira até o comodismo), muitas vezes as situações rotineiras me entediam de tal forma que eu me sinto obrigada a mudar as coisas à minha volta.

Então um dia eu acordo e penso: "quer saber? hoje eu vou me demitir!" Calma, não é bem por aí! Essa é uma decisão pensada mediante o inconformismo com situações que estão moralmente erradas, sobre as quais não temos absolutamente nenhum poder para mudar. Aí você vai juntando as coisas, vai percebendo que o que acontece ao seu redor desafia a ética na qual sua vida está baseada (ou deveria estar), e aquilo te incomoda de tal forma que a situação se torna insuportável. Daí a decisão de mudar.

Claro, às vezes o tédio nos leva a querer mudar! A insatisfação com o trânsito de uma cidade onde você leva 2 horas para chegar ao trabalho te leva a mudar de São Paulo para Porto Alegre (dentre outras coisas, claro!). A vontade de não estar mais sozinha te faz procurar alguém para casar (dentre outras coisas, claro!). O desafio de começar uma carreira do zero e ser bem-sucedida nela te faz começar um novo trabalho (dentre outras coisas, claro!).

Mas em geral as pessoas não são assim, propensas à mudança. Eu já fiz todas essas coisas que citei, e sou muito feliz com as minhas escolhas. Os desafios nos levam à frente, mesmo quando parecem grandes demais. No entanto, há uma mudança que eu simplesmente me recuso a aceitar, porque vai contra toda a minha essência, tudo o que acreditei ser certo minha vida inteira, tudo que estudei por anos e anos para entender...

O QUE ESTÃO FAZENDO COM A MINHA LÍNGUA PORTUGUESA? Mas que raio é essa tal mudança nas regras de acentuação e grafia, e por que EU, Rosane, tenho que me adaptar a ela? Como eu posso, depois de 28 anos tendo idéias, passar a ter ideias? Como eu vou frequentar lugares que um dia já freqüentei?

O meu ponto é o seguinte: para as pessoas que não sabiam acentuar as palavras corretamente, as tais mudanças não farão diferença nenhuma, visto que elas não tem a pretensão de aprender a acentuar agora! Agora, para as pessoas que estudaram tanto tempo para conseguir entender e memorizar todas as regras, essa mudança só trará sofrimento... sim, eu choro à noite pelos hífens e acentos que caíram com a reformulação da minha língua portuguesa.

Por um lado eu tento entender que isso é uma tentativa de padronizar a língua com a dos nossos amados colonizadores, mas por que, então, eles não vão mudar a língua deles? Por que o Brasil iniciou o movimento e ainda não tem outros adeptos? Já pensou se essa nova padronização não vinga e a gente tem que mudar tudo de volta?

Por isso estou começando um movimento em favor dos acentos indefesos que caíram!! Assim como deveríamos ter lutado pela permanência de Plutão no nosso sistema solar (desde quando ser pequeno desqualifica alguém?), não mais curvarei minha cabeça mediante tais mudanças! CHEGA DE CONFORMISMO! Eu me levantarei contra o sistema corrupto que jogou o acento da IDÉIA na lama, e lutarei pelos acentos e tremas que não só caíram, mas foram brutalmente derrubados por pessoas que não souberam administrar bem o poder que lhes foi dado.

Mudanças sim, desde que não desafiem a dignidade de ninguém, nem mesmo de acentos e tremas que não estarão mais entre nós para se defenderem. Abaixo a ditadura!! Vamos alçar novos VÔOS, em busca de novas IDÉIAS. A INIQÜIDADE não ficará entre nós. Vamos ARRANCÁ-LA do nosso meio, mantendo os acentos onde eles devem estar: sobre as palavras!

Junte-se a mim nesta luta por tudo o que é certo no mundo, não vamos deixar que os ditadores da língua portuguesa prevaleçam. Abaixo o adultério da nossa língua-mãe!

VIVAM ETERNAMENTE OS ACENTOS!!!

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

ALEGRIAS DO FACEBOOK

Todo ano cerca de uma semana antes do meu aniversário eu distribuo cartõezinhos lembrando a todos que meu aniversário está chegando. Quer dizer, distribuía! Este ano não me organizei a tempo pra fazer isso! :( No entanto, conforme o dia 3 de novembro se aproxima, 28 longos anos nas costas, começo a questionar se os cartõezinhos realmente foram uma boa idéia... assim, eles cumpriram seu propósito, já que para mim é MUITO importante que as pessoas se lembrem que meu aniversário é no dia 3 de novembro, mas quem sabe a pessoa lembrar sozinha (ou através dos lembretes do Orkut e do Facebook), seja muito mais legal.

Com isto em mente, não vou lembrar ninguém este ano que o meu aniversário é dia 3 de novembro, terça-feira que vem! Quem realmente gostar de mim, se dará ao trabalho de lembrar sozinho e de fazer uma ligação, mandar uma mensagem ou até mesmo um sinal de fumaça. Claro, dia 3 de novembro, meu aniversário, está bem perto, mas eu tenho mais o que fazer do que sair distribuindo cartõezinhos para lembrar as pessoas que meu aniversário é na terça que vem (3 de novembro).

Tenho estado bastante ocupada!! A minha fazenda, meu restaurante, minha ilha e minha cidade no Facebook tem tomado todo o meu tempo! Minha alegria é ver minhas bonequinhas crescerem em graça, dinheiro e experiência... estou tendo um vislumbre de como é difícil ser mãe.

- Na Farmville eu tenho que arar terra, plantar, colher, comprar animais, sementes, administrar toda a fazenda...
- No Café World eu tenho que fazer comida, decorar meu restaurante, contratar garçons, cuidar para que minhas bancadas estejam sempre cheias...
- No Island Paradise eu também administro minha própria ilha de Lost, e embora os gráficos não sejam tão legais, viver sozinha numa ilha não é fácil, eu tenho que plantar minha própria comida e sair procurando coisas para catar na areia. Algumas vezes, preciso admitir que fui às ilhas vizinhas e afanei coisas dos outros... aí o André me lembrou que sou uma menina de princípios - ou deveria ser - e meus dias de roubo se foram... agora eu só colho o que minha própria ilha produz!
- E por fim, na Yoville eu tenho que trabalhar numa fábrica de doces, colocar comida para fazer, checar os fornos, visitar amigos, ganhar experiência e dinheiro, para poder redecorar toda a minha casa.

Agora o meu trabalho é basicamente flutuar de aplicativo em aplicativo no Facebook, cumprindo com as responsabilidades que toda mulher de negócios tem! Aí não sobra tempo pra sair lembrando as pessoas que meu aniversário é dia 3 de novembro, e que vai cair na terça-feira que vem! As pessoas que lembrarem que eu faço aniversário na terça que vem, 3 de novembro, vão entrar em contato. Senão não sou eu que vou ficar falando para as pessoas o quanto meu aniversário é importante pra mim, e que eu queria muito que elas lembrassem.

Aliás, este pode ser meu último aniversário ainda sem filhos, e eu tenho que aproveitar esse momento para desenvolver mais maturidade... no dia 3 de novembro (terça que vem) eu farei 28 anos... um ano mais perto dos 40! Já tenho certa experiência de vida, o peso da idade sobre as costas... já achei 3 fios de cabelo branco, acreditam? Minha combinação com o André é que a gente não vai tingir o cabelo quando ficar velhinho, porque cabelo branco tem seu charme. A não ser que nosso cabelo seja roxo de tão branco, aí ninguém merece!! Cabelo branco é até fácil de combinar com as roupas, mas roxo não rola... eu nunca mais poderia usar vermelho! Aí fizemos um adendo para a tal combinação. Entretanto, depois dos 3 fios de cabelo branco, já estou pensando em burlar o sistema e aderir à coloração... daqui a pouco vão ser 10 fios, e vão achar que eu sou avó dos meus filhos. Aí é triste!

Bom, mas este post foi só pra compartilhar com vocês como, às vésperas do meu aniversário no dia 3 de novembro, eu já estou bem mais madura do que no início dos meus 27 anos, quando eu fiz questão de lembrar a todos do meu aniversário. Agora não!! Quem não lembrar sozinho que meu aniversário é no dia 3 de novembro não vai ter o meu lembrete neste ano.

E tenho dito!!!!

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

A GAIOLA DAS LOUCAS...

Estava pensando nessa geração egoísta em que vivemos... tempos em que coisas loucas como "cada um no seu quadrado" fazem muito sucesso (claro, são engraçadas mesmo), mas prezam basicamente o individualismo coordenado, por assim dizer.

O nome do post já estava na minha cabeça há um tempo. Isso é um filme, pra quem não sabe... no entanto, nunca o assisti - e pra falar bem a verdade não pretendo, porque quero manter o significado que eu quis dar a ele. Ouvi dizer que é mega alternativo, e para uma pessoa que vive no mundo das comédias-românticas, digamos que o apelo não é bem esse! :)

Mas este post - "A Gaiola das Loucas" - vem contrariar essa filosofia de "Cada Um no Seu Quadrado". Embora a idéia das pessoas trabalhando simultaneamente, porém separadamente, seja uma coisa linda, o bom mesmo é quando todas as loucas estão trabalhando juntas dentro de uma gaiola, onde vc não sabe ao certo onde acaba o seu poleirinho e onde começa o da outra louca. Claro, para isso, a seleção das loucas para sua gaiola deve ser rigorosa, para que as loucuras se complementem ao invés de se chocarem.

Quero exemplificar uma composição equilibrada de loucas, que coexistem em uma só gaiola (no caso, a minha) sem louquear todo o resto. Acredito que, em certo nível, toda gaiola precise de um exemplar citado abaixo, com suas devidas variações de personalidade e complementação de loucura.

Os nomes foram trocados para preservar a privacidade das loucas citadas - ou não!

Louca número 1 - A Denise: Essa louca é importante parte da composição de uma gaiola saudável. A Denise é a louca que é mais mãe, a louca que coloca ordem quando o poleiro está uma zona. Ela observa o movimento para depois mandar as loucas ficarem quietas para que ela possa dar sua opinião. Embora mandona, a louca Denise é admirada por todas as outras loucas porque possui um equilíbrio inato e um tom de voz de autoridade. Quando você está passando por uma dificuldade, essa é a louca que vai te levar pro poleirinho acima para te mostrar que a vida é muito maior que o seu problema.

Louca número 2 - A Eliane: Essa é a louca loira. Ela não é dotada de grandes capacidades de resolver problemas, mas vai te ajudar sempre que precisar, porque tem bom coração. Embora o tipo Eliane geralmente tenha STPMC (Síndrome da Tensão Pré-Menstrual Contínua), essa é a louca que vai te fazer rir, porque não tem vergonha das suas histórias fora da gaiola, e sempre faz alguma besteira pra alegrar o seu dia.

Louca número 3 - A Flávia: Essa é a louca adolescente. É a mais novinha da gaiola, mas participa ativamente. Ela dá certo trabalho quando quer - ainda está sendo treinada e aprendendo com as mais velhas - mas ela é importante porque ri de todas as piadas estúpidas que as outras fazem. O bom é que ela está em constante mutação, o que traz certo agito pra gaiola.

Louca número 4 - A Elisa: Essa louca tem qualidades de melhor amiga louca. O tipo é indispensável em uma gaiola, porque sua companhia é essencial nas festas das loucas. A louca Elisa é o tipo que você quer levar para todos os lugares, o tipo companheiro pra tudo! Elisa é boa pra conversar até tarde, falar besteira, tirar sarro das outras loucas da gaiola. O tipo Elisa sempre tem algo engraçado a dizer sobre alguém - na maioria das vezes sobre ela mesma - e sua simplicidade faz com que seja impossível não se apaixonar por ela.

Louca número 5 - A Lili: Essa louca tenta ser mais séria. Ela analisa as outras do poleiro. É muito sábia e tem muito a acrescentar, mas é mais na dela, não se mete se não for chamada. O tipo Lili geralmente se instala nos poleiros mais altos e têm seu próprio reservatório de água e comida (importada, claro), porque preza pela qualidade de vida, investindo no seu poleiro. Mas se a gaiola for pra 25 de março, essa louca desce do poleiro e cai logo na festa... qualidade sim, mas por que não o preço bom também?

Louca número 6 - A Simone: A Simone é quem vai decorar a sua gaiola. Todas as flores, plantas e cores foram organizadas por ela. A ordenação dos poleiros, altura, largura, tudo foi devidamente planejado. Essa louca consegue achar as melhores promoções, mas tenta comprar todas as coisas em dólares pela valorização. Só muito cuidado com ela, porque se você deixar ela vai colocar tanto brilho no seu poleiro que vai parecer mais um desfile drag do que uma gaiola.

Louca número 7 - A Leila: A louca Leila é um dos tipos mais engraçados da gaiola! Embora seja notadamente mais velha, é a que tem melhor disposição física entre todas da gaiola. É a louca fitness. Mas seu diferencial mesmo é que sempre tem uma história sobre uma louca de outra gaiola da qual ela já fez parte. Aliás, ela gosta de contar histórias sobre todas as outras loucas em comum. A Leila é importante na gaiola para perpetuar a história de todos, sempre sabe o que está acontecendo e se encarrega de carregar as notícias para os outros poleirinhos.

Louca número 8 - A Sueli: A última, porém não menos importante, a louca Sueli tem que estar presente na sua gaiola. Ela geralmente é alguém muito chegado da família, que se importa muito com o bem-estar de todos e faz o que estiver ao seu alcance para a boa convivência de todas as loucas. Para isso, sempre usará vocábulos do século passado, ou aquelas palavras perdidas do dicionário que só ela e o Aurélio conhecem. Outra função da Sueli é se você estiver doente, pois ela é quem vai cuidar de você e até te fazer acreditar que ela realmente gosta daquilo. Se você estiver feliz, a louca Sueli é quem vai pular com você de alegria. Essa louca é quem geralmente estrutura o seu mundo e te dá vontade de montar o seu. Ela é a inspiração da gaiola.

Claro, loucas vão e vêm, entram e saem da sua gaiola, e cada uma com sua singularidade. Mas a nossa gaiola estará sempre equilibrada se tivermos alguns dos modelos citados acima, que te dão prazer de constituir aquela gaiola.

Cada um no seu quadrado pode até ser bom por um tempo, mas sua vida será bem mais divertida no momento em que a sua gaiola estiver estruturada e funcionando. O segredo para a felicidade é você aprender que viver com os outros é muito mais válido do que tentar se manter nas delimitações do seu pequeno quadrado.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

A MELHOR DECISÃO DO MUNDO!!

Desde muito pequena, toda menina sonha com o seu príncipe encantado... aquele homem com quem você viverá feliz para sempre, o homem que é o sonho de toda mulher. Eu segui um caminho um pouco diferente...

Eu sempre soube que o homem da minha vida não seria o homem da vida de qualquer uma... as características que eu queria no meu companheiro eram um pouco mais estranhas - e específicas - do que a mulher normal gostaria. Foi assim que, pela primeira vez, montei a minha "lista de compras para Deus". Fiz um acordo com Ele: eu esperaria pelo homem que Ele havia preparado para mim, não importava o quanto demorasse, contanto que os meus pedidos fossem atendidos. Minha pequena lista de 48 itens continha exigências como: "tem que ser cristão e atuante na igreja", "ser de 5 a 15cm mais alto que eu", "falar inglês", "não pode ter olhos verdes", "tocar bateria", "senso de humor como o meu" (quem me conhece sabe que meu humor é meio negro), dentre outras loucuras que só uma menina de 13 anos poderia imaginar. Mas permaneci firme em meu propósito, e não me envolvi com ninguém até os 18 anos, quando dei meu primeiro beijo.

Tudo começou com uma amizade... nossos pais eram amigos, decidimos namorar aos 5 anos, mas ninguém prestou atenção quando quisemos comunicar formalmente, então desistimos. Eu o vi novamente aos 13 anos, grudado na mãe, e pensei: "que menino mais estranho!". Ele não quis brincar comigo... mas tudo bem, eu não precisava dele pra brincar, menina auto-suficiente. Mais tarde, nossas mães nos encontraram em um funeral, conversa vai e vem sobre os filhos, 15 dias depois eu estava em Londres com a mãe e a irmã dele. Ficamos amigos - só por internet (ele raramente entrava), mas eu comecei a me apaixonar pelo que ouvia falar. Um dia, ele falando com a mãe ao telefone (esses cartões que acabam a qualquer momento), ela ainda tinha uns minutos finais e perguntou se eu queria falar com ele. Eu já quase apaixonada (existe isso?) peguei o telefone sem saber ao certo quantos minutos teríamos. Ele começa a conversa: "Bom, como o cartão pode acabar a qualquer momento, vamos começar nos despedindo... aí a gente conversa no tempo que sobrar." Dissemos tchau, beijo, beijo, bom falar com vc, essas coisas, e no tempo restante tivemos a conversa mais estúpida do mundo (nem consigo lembrar sobre o quê!). Mas foi o suficiente! Eu estava apaixonadíssima, ele tinha até ali uns 20 itens da minha lista, e nenhum desclassificatório.

Voltei para o Brasil, continuei a amizade com ele e a irmã, e eu lá, apaixonada! Conversávamos até altas horas... saíamos juntos... quanto mais o conhecia, mais itens da lista descobria que ele tinha... e ele contando sobre suas experiências e sobre como nunca casaria pq não tinha sido feito pra isso. Dois anos de espera, desisti... fui pra outros lados, procurei outros caminhos... pra acabar de volta nele 3 anos depois.

Eu ainda não sei direito como tudo aconteceu!! Assim, eu sei a história, mas tem umas lacunas aí que só Deus explica... mas uma coisa que temos notado mais e mais é que o amor é uma decisão baseada em uma determinação de fazer as coisas darem certo! O 'feliz pra sempre' não existe se você não lutar por ele! Hoje completamos 5 anos de casados... e quase todas as noites conversamos sobre a singularidade do tipo de relacionamento que nós temos.

Às vezes tenho aquela sensação de que eu o amo tanto, mas tanto, que parece que o meu coração não vai aguentar... aí eu fico eufórica, toda estranha... tipo agora, que fui deitar às 23h e não consigo dormir pensando em escrever um post pra dizer o quanto ele é especial e único!

Pelo menos uma vez ao mês eu pergunto: "será que existe um casal mais feliz que nós dois?" Ao que ele só esboça um sorriso e me dá um beijo. Mas a verdade é que eu realmente questiono isso... não que importe, sei lá, mas eu queria saber que tem mais gente que partilha desse amor, que às vezes parece até meio doentio.

Fico feliz com as decisões que tomamos... casamos cedo, viemos para Porto Alegre e desenvolvemos nossa identidade de casal. Trabalhamos juntos, desenvolvemos projetos, estamos sempre ao lado do outro. Não precisamos de muitas palavras. Olhamos para o outro, sabemos o que está pensando. Temos nossas piadas internas, coisas que só o outro entende. Temos o mesmo gosto em tudo o que importa - no resto a gente se complementa!

Mas não acho que a gente somente se complete... por mais lindo que possa parecer o conceito, acho que o mais importante do nosso casamento é que ele nos define. A outra pessoa é quem molda você... o quanto dela mesma ela coloca dentro do relacionamento faz com que você se disponha a abrir mão das suas coisas também. Quantas vezes não me peguei pensando nas coisas que poderia fazer para ser uma esposa melhor... e estou certa de que isso só acontece porque sei que o meu marido está sempre tentando ser o melhor marido que ele pode para mim.

Estamos prontos para os filhos! Sabemos quem o outro é, o que esperar, e hoje temos certeza de que nossos filhos terão um referencial de amor diferente do que o mundo está acostumado. Sabemos que eles não serão fuga um do outro, e que não precisamos deles para firmar o nosso relacionamento... mas a cada dia que passa queremos mais ter crianças que possam mostrar na prática um conceito de família tão extinto nesses dias. Não pode existir utopia nisso.

Cinco anos depois... e minha admiração por ele cresce a cada dia! Porque ele já é um homem maravilhoso, mas nunca deixa de tentar ser melhor. Porque ele me faz prioridade em sua vida, e faz com que eu também me sinta única. Não acho que eu seja completamente merecedora do homem que ele é para mim, mas sei que o meu acordo com Deus funcionou! :)

Cinco anos de café na cama... cinco anos cuidando um do outro... cinco anos conversando todos os dias (quem nos conhece sabe o quanto!), e eu ainda anseio por ouvir o que ele tem a dizer. Meu homem encantador! Ele move as pessoas, acrescenta a todos com quem conversa, sabe falar sobre mil assuntos, e tem um senso de humor único! Ele me diverte, ele me acompanha, ele me lidera, ele me apóia! Ele é o meu marido, criado e separado para ser MEU!

Cinco anos depois, e nada do que eu pudesse dizer seria suficiente. Mais importante do que o nosso amor é a nossa decisão de amar! Estamos juntos, nos entregamos... e o melhor de tudo: sabemos que este é só o começo!

"... passamos pelo fogo e pela água, mas a um lugar de fartura nos trouxeste."
Sl 66:12

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

MORTE AO TELEMARKETING...

Que desespero, que desespero, que desespero!!!!!

Recebo uma ligação da Vivo no meio de uma reunião. Digo que não posso falar, peço gentilmente para ligarem mais tarde. Perto das 22h recebo o tal retorno (porque quando eles têm interesse sempre retornam rapidamente), oferecendo diversos serviços, dentre eles a conta online. A conta online é um formato de conta que pode ser visualizada através do site da Vivo, ao invés de receber o papel descritivo, com 30 mil páginas de ligações. Ambientalmente correta, aceito a proposta, recebendo em minha casa apenas o resumo da conta, com os valores dos serviços.

Como no meu trabalho gastava uma fortuna com celular, chegava minha conta e, sem questionar eu pagava. No entanto, ao sair do trabalho, resolvi alterar meu plano para um plano de menos minutos, pagando R$45/mês por 50 minutos de ligações. Maravilha, esses 50 minutos são suficientes para mim, já que agora passo boa parte do meu tempo em casa...

Hoje recebo minha conta mega resumida, apenas dizendo que tenho R$41,68 contratados de serviços, fora minha assinatura. COMO ASSIM??? Ligo na Vivo, esperando pelos incansáveis 12 minutos que cada ligação leva para ser atendida (não tem uma lei nova contra isso??)... enquanto espero, ouço a mensagem da Vivo dizendo "Sua ligação é muito importante para nós. Ao final da ligação não desligue, dê uma nota para o atendimento para melhorarmos o nosso serviço." Bem como: "Para sua segurança, todas as ligações são gravadas."

Os nomes foram trocados para manter o emprego dos atendentes.

"Pedro, boa tarde, em que posso ajudá-lo?". Explico o meu problema. O atendente me avisa que são serviços que foram contratados para a minha conta. Vivo avisa, a coisa mais inútil do mundo (que te avisa quem ligou e vc não atendeu), e mais um monte de coisas que somaram o tal valor. Educadamente (quando estou brava fico ainda mais educada), aviso ao Pedro que nunca contratei tais serviços, e que quero ressarcimento deste valor. Ele me diz que no dia 29/5 foi feito um contato comigo no qual aceitei todos esses serviços. Eu nego o contato.

- "Senhora, o contato foi efetuado e a senhora aceitou, então não tenho como fazer seu ressarcimento."

COOOMO ASSIIIIMM???
- "Pedro, meu querido! A não ser que eu esteja com algum tipo de amnésia, e se vc me conhecesse saberia que eu esquecer alguma coisa é basicamente impossível, eu estou te dizendo que tal ligação nunca existiu!"
- "Senhora, é o que consta no meu sistema!"
- "Pedro, não me importa o que consta no seu sistema, não teve ligação!"
- "Pois é, senhora, infelizmente não há nada a fazer!"

COOOOOOOMOOOO ASSIIIIIIIIMMM????
- "Pedro, foi vc quem me ligou?"
- "não, senhora!"
- "e como é que vc pode me afirmar que tal ligação foi feita? Agora, fui eu que supostamente recebi a ligação, e estou dizendo que ela não foi feita."
- "é o que consta no meu sistema!"
- "EU JÁ SEI QUE ESTÁ NO SEU SISTEMA!! Bom, eu quero contestar esses valores."
- "Senhora, o que podemos fazer é cancelar esses serviços na sua conta."
- "ótimo, vamos cancelar os serviços."
- "Ok, aí para o próximo mês já não virá esse valor."
- "E o valor cobrado este mês?"
- "Esse permanece porque a senhora aceitou os serviços."

AAAAIII MEEEEU DEEEUS!!!
- "Pedro, existe alguma prova de que a ligação existiu?"
- "Sim senhora, todas as ligações são gravadas para sua segurança."
- "E como eu faço para ouvir essa tal ligação do dia 29/5?"
- "A senhora tem que solicitar."
- "Estou solicitando pra vc, Pedro."
- "Ok, senhora, mas o processo é demorado, e a senhora poderá ouvir a ligação em até 10 dias."
- "Eu já esperei mais de 20 minutos, não me importo."

Barulho de teclas... atendentes ao fundo... pessoas falando... de repente pára o barulho. Ouço a mensagem: "Permaneça na linha e dê uma nota para esta ligação." "Sua solicitação foi atendida? Disque 2 para sim, 0 para não." Obviamente, quase matei o teclado do meu celular apertando o ZERO. "Utilizando uma nota de 0 a 10, onde 0 significa extremamente insatisfeito e 10 plenamente satisfeito, qual o seu grau de satisfação com o atendimento recebido?" Será que tem como digitar número negativo? Dá pra colocar CAPS LOCK ou negrito? Apertei o zero novamente.

Que ódio, que ódio, que ódio! Lembro do versículo: "Irai-vos mas não pequeis." Será que já pequei com esse tanto de ódio? Toda crente, pensei: "tenho que ter misericórdia do Pedro." Não, agora não dá, só raiva mesmo! MEU DEUS, eu odeio a Vivo, eu odeio a NET, eu odeio as prestadoras de serviço que fazem a gente passar por isso! E se eu penso em trocar de operadoras, lembro que só fica pior, porque aí a qualidade do serviço também cai!

Junto minha paciência!! Tiro de onde não tem!! Não posso pecar, não posso pecar! Pausadamente digito no celular *8486. Olho fixamente para o visor do celular. Penso por alguns segundos antes de apertar "Call".

Coloco no viva-voz. Mais 9 minutos esperando, ouvindo as mesmas mensagens sobre como a Vivo ADORA me ter como cliente e valoriza minha opinião. Abro o notebook e começo a escrever este post, consumida por um sentimento de paciência forçada e inconformismo.

"Ana, boa tarde, em que posso ajudá-lo?" "Bom, por causa da Vivo minha tarde não está sendo tão boa!" Explico o meu problema com a conta, citando o contato anterior. A atendente me avisa que, se a ligação cair, irá me ligar de volta. Ela checa os dados da contratação dos serviços. Pergunta se eu estive em alguma loja da Vivo no dia 29/5. Talvez... não me lembro, mas sei que roubaram meu celular e tive que comprar outro.
"Entendi o que aconteceu, senhora! Provavelmente optaram pelo serviço sem consultar a senhora, porque não tem nenhum outro registro no meu sistema."
ÊTA ALEGRIA!! "E o que podemos fazer, Ana?"
"Olha, senhora, infelizmente só posso contestar os valores dos últimos 90 dias."
"Claro, vc faz isso pra mim?"
"Sim, senhora. A contestação demora bastante, mas permaneça na linha, por favor."
Quase 5 minutos! Nos intervalos, voltava a Ana para dizer: "Só mais um instante, por favor."
"Senhora, retirei todos os serviços contratados indevidamente da sua conta. A contestação da conta com vencimento em 10/10 já foi efetuada, será gerado novo boleto com desconto de R$37,52, com o vencimento prorrogado. Só mais um instante."
Ana continua depois de mais um minuto: "Já fiz a contestação das faturas já pagas, na sua próxima fatura será creditado o valor de R$47,89 referente aos meses anteriores. Posso ajudá-la em algo mais?"
Quase chorando, respondo: "Era só isso mesmo, Ana!! Muito obrigada."
"Obrigada a senhora. Por favor permaneça na linha para dar uma nota ao meu atendimento."
"Com muito prazer, Ana. Obrigada."
"Obrigada, a Vivo lhe deseja uma boa tarde!"

A VIVO ME DESEJA UMA BOA TARDE?? Não, quem me deseja uma boa tarde é uma atendente maravilhosa e com boa vontade! Queria ter uma nota acima de 10 para dar a ela. O que muitos atendentes de telemarketing (esses de SAC, CAC ou qualquer outro AC da vida) não entendem é que a função deles é representar a empresa, mas realmente ATENDENDO ao consumidor.

De vez em quando a gente encontra uns atendentes abençoados que fazem o nosso dia ser melhor. O pior é a gente imaginar que, supostamente, todo atendimento ao cliente deveria ser assim... essa deveria ser a regra, não a exceção! Mas, enquanto essa raça ainda não estiver extinta, haverá esperança para o atendimento ao redor do mundo. Porque pessoas como a Ana são as que mantem as pessoas trabalhando com determinadas operadoras, por pior que possam ter sido as experiências anteriores.

Um post que começou com muito inconformismo, acabou se tornando um tributo! Fica aqui a minha gratidão às pessoas de boa vontade que nos atendem ao telefone, nos supermercados, farmácias, restaurantes, escolas, hospitais... pessoas que se lembram que não somos apenas clientes, mas seres humanos com necessidades que eles podem atender.

E a você, querido leitor, desejo uma vida de atendimentos Ana (minha nova referência)... e se vc algum dia estiver na posição de atender, lembre-se que para sua empresa a pessoa pode ser um simples cliente, mas para ela você pode ser a solução de um grande problema.

Seja a Ana de alguém hoje!

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

O IMPORTANTE É ACREDITAR...

O propósito do meu blog é saber que tem gente aí fora que vai acompanhar meus pensamentos insanos e, ocasionalmente, até entendê-los. Por isso, hoje me inspirei a escrever sobre algo mais sério: acreditar.

Aparentemente Porto Alegre tem muito mais ateus que São Paulo, já que a cada semana eu encontro pelo menos uma pessoa que não acredita na existência de Deus. Há algum tempo isso tem me feito pensar, porque, embora eu tenha convicções muito fortes a respeito do assunto, minha tendência não é entrar no mérito da questão a não ser que eu tenha abertura para tal.

No entanto, eu sempre acreditei que é necessário ter muito mais fé para não acreditar em Deus do que para acreditar. Isso porque pra mim a idéia de um ser superior ter criado tudo é muito mais concebível do que a idéia de uma grande explosão que tenha formado tudo! Fora isso, a vida é muito mais difícil sem a esperança de ter alguém cuidando de nós o tempo todo, alguém que tem planos traçados para a nossa vida.

Pensando nisso, há algumas semanas estava na companhia de um dos meus amigos que é ateu, quando entramos na tal discussão. Na verdade, compartilhei com ele algo que não pensava há tempos, algo que meu pai sempre dizia quando estava argumentando sobre a existência de Deus. Aliás, parênteses aqui, o meu pai não aceita a existência de ateus no mundo. Ele acha que ateus não existem, o que existem são pessoas que nunca conversaram com ele!! :) Certamente, se alguém sequer pensa na não-existência de Deus perto do meu pai, lá está ele argumentando até que a pessoa se dê por vencida! Mas, voltando ao válido argumento dele:

Vamos supor que você (que não acredita em Deus) esteja certo, e eu passei a minha vida inteira orando por nada, trabalhando na igreja por nada, acreditando pateticamente na existência de um ser superior que nunca existiu. Certo dia eu morro. O que acontece comigo? Absolutamente nada! Porque não existe Deus, não existe céu, não existe inferno... tudo que existe é o nada, de onde talvez eu saia para a minha próxima vida. E com você, a mesma coisa.
Agora, vamos supor que eu esteja certo. Eu passei minha vida inteira vivendo para Deus, pregando Sua Palavra. Certo dia eu morro. O que acontece comigo? Eu tenho a Salvação, a certeza da minha vida eterna no céu, junto a Deus. e com você, o que vai acontecer?

Ainda dentro desse pensamento, sábado passado o nosso apóstolo Laerte compartilhou conosco o seu ponto de vista, no qual eu nunca tinha pensado. Uma das grandes questões da vida: se Deus existe, por que tanto mal acontece no mundo? A pessoa que faz essa pergunta está atrás de justiça, aquela que o próprio Deus tem preparada para o julgamento final. Justiça que destruirá o criador de todo o mal da Terra, e mandará os malfeitores para a maldição eterna. E por que essa tal justiça está demorando tanto? Por causa de nós! Por causa daqueles que não acreditam, para que possam vir a conhecer a Deus e aceitá-lo como seu Salvador, antes que seja tarde demais. Porque, se o mundo acabasse hoje, o que aconteceria com vc? Você está certo da sua Salvação? O seu destino seria estar ao lado do Pai?

Mas, de qualquer forma, eu acredito que o importante MESMO seja acreditar! Muitas pessoas não acreditam... a questão é: é possível negar algo cuja existência você desconhece? Como negar a Deus se você nunca O conheceu? E a própria Bíblia, reconhecidamente a Palavra de Deus, diz que "a fé vem pelo ouvir, o ouvir a Palavra de Deus". Como você vai acreditar se nunca ouviu?

E mesmo quem acredita, muitas vezes chega a questionar... a convicção é o que nos leva adiante, é o que nos faz acreditar que não estamos sozinhos! E se você perde a convicção, perde basicamente tudo o que te sustenta... e aí voltar a acreditar é muito mais difícil. Não deixe entrar dúvida em seu coração, porque uma vez que a dúvida está lá, é muito mais difícil livrar-se dela.

Eu tenho provas em minha vida de que Deus existe e que Ele tem muita misericórdia e amor por mim. Não tenho como negar Sua existência, nem duvidar de que minha vida está sob Seu absoluto controle. E, uma vez que você tem esse tipo de convicção, a dúvida não tem mais lugar, nem o pânico diante do desconhecido... o que eu sei é que, não importa o que aconteça, Deus está fazendo ou permitindo que aconteça. E isso é tudo o que eu preciso saber.

O importante é acreditar!!

terça-feira, 22 de setembro de 2009

CADA UM NO SEU PARADOXO...

O texto abaixo visa discutir importantes paradoxos na vida dos seres humanos em geral, exemplificando com os meus próprios, a fim de evitar quaisquer constrangimentos.
ATENÇÃO: este conteúdo é impróprio para menores de 18 anos e maiores de 19. Sua leitura pode causar danos não-conclusivos ao seu cérebro..

O dicionário Houaiss define paradoxo como: "pensamento, proposição ou argumento que contraria os princípios básicos e gerais que costumam orientar o pensamento humano, ou desafia a opinião consabida, a crença ordinária e compartilhada pela maioria."

Em palavras mais simples, um paradoxo é uma idéia que é contrária a ela mesma. Você deve estar lendo meu blog agora e pensando: "UAU, essa menina tem muito vocabulário, ela é um gênio!" Não que tais afirmações não sejam verdadeiras, mas, para melhorar sua auto-estima, meu pai sempre dizia que eu tenho pouco vocabulário, então eu me propus a usar alguns vocábulos mais bonitos de vez em quando para desafiar tal afirmação. Por isso, leio o dicionário sempre que vou ao banheiro para o meu number 2, e aí aprendo palavras como essa. Ou então leio o blog do Ap. Laerte (laertecardoso.com.br), que contém palavras como etéreo e inexorável. Outro recurso válido é ligar para a minha mãe, que de vez em quando usa construções como "as flores estão medrando no jardim", ou "essa roupa está puída". Dá-lhe dicionário!

Enfim, o propósito desse post não é discutir sobre a minha genialidade (embora fosse bom assunto para um post). Eu tenho alguns paradoxos que venho pensando a respeito, e talvez alguém possa me ajudar a solucionar alguns deles. Os paradoxos abaixo serão apresentados na estrutura Tostines (vende mais porque é fresquinho ou é frequinho porque vende mais?), para dar ao leitor duas opções de resposta.

1. Gostam da Rosane porque ela é maravilhosa, ou ela é maravilhosa porque gostam dela?
2. A Rosane escreve bem porque tem vocabulário, ou tem vocabulário porque escreve bem?
3. Ela tem boa auto-estima porque pode, ou ela pode porque tem boa auto-estima?
4. Gosta de adolescentes porque é uma, ou é uma porque gosta de adolescentes?
5. Fez um blog porque não tem mais o que fazer, ou não tem mais o que fazer porque fez um blog?

Agora, imagine você o que é viver com esses paradoxos todos os dias da minha vida? Todos os dias eu tenho esses momentos de reflexão que me ajudam na definição das duas grandes perguntas que todos um dia já se fizeram: "Quem sou eu?" e "O que eu vou almoçar hoje?"

Se você puder, querido leitor, colabore com respostas. Ou use esse espaço para compartilhar seus próprios paradoxos, mas não deixe de refletir sobre as grandes perguntas da sua vida.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

NÃO FIQUE DOENTE!!

Hoje fui ao cinema assistir "Uma Prova de Amor" (My sister´s keeper), com a Cameron Diaz e a Abigail Breslin, a guriazinha de Little Miss Sunshine. Vou dar uma prévia da história - prometo que ler isso não vai estragar o filme pra vc, e não tem nada a ver com o desfecho.

Um casal tem 2 filhos e descobre que a filha, mais nova, Kate, tem câncer. Como todos são incompatíveis para doar qualquer coisa pra ela, eles decidem ter mais um filho para poder ser doador dela. Assim nasce Anna, que desde recém-nascida já doa medula, células tronco e etc. para a irmã. Só que aos 11 anos, na pré-adolescência, a menina resolve processar os pais porque quer ter controle sobre o próprio corpo, não quer mais ser forçada a doar nada para a irmã.

Bom, é óbvio que o filme é pra qualquer um chorar (até o André que não chorou em Marley e Eu - aliás, como pode?? - chorou nesse). Isso porque vc é levado pra dentro da família, e acaba vivenciando toda a dinâmica deles. Os atores são de primeira, e o diretor, que é o mesmo de Diário de Uma Paixão, mostrou que tem dom mesmo pra fazer a gente chorar!!

Mas a questão toda do filme nem é que é ele triste ou chorante. Acho que a mágica é que ele faz vc pensar em coisas que normalmente não pensaria. Vc começa a se colocar no lugar dos personagens e pensar no que faria. É tudo muito real, e a situação é bem profunda. De um lado vc tem uma menina de 15 anos sofrendo de câncer, sendo privada de toda a sua adolescência para tentar sobreviver. De outro, tem uma mãe desesperada que faz tudo pela filha e, sem perceber, acaba negligenciando marido e os outros filhos por causa da filha doente. Claro, é tudo muito inconsciente, mas faz vc pensar que a pessoa que está doente pode estar sofrendo, mas ela não é a única. Imagine o que é vc saber que veio ao mundo para "repor" as peças de alguém?!

E é aí nessa loucura que eu, hipocondríaca admitida, fico pensando nessa coisa de ficar doente. Vc ter pessoas gastando o dinheiro que não tem, saindo do emprego, indo e vindo de hospital, tudo pra cuidar de vc. E, ao mesmo tempo que vc não quer que isso aconteça, basicamente não tem outra opção, pq vc se torna completamente dependente. Claro, Deus não dá mais do que a gente possa suportar e etc., mas a questão não é espiritualizar aqui... é pensar como ser humano, nas dificuldades de outra pessoa ter que abrir mão de sua vida por uma doença que nem é dela. De certa forma, ficar doente é até egoista!

E as pessoas perguntam pq eu tomo tanto remédio... acho que sou orgulhosa demais pra depender dos outros, e acho que inclusive me sentiria mal de fazer alguém passar por isso junto comigo. Aí vc vai dizer que tomar remédio deixa a gente ainda mais doente... não é verdade, remédio é bom, remédio é amigo! Dipirona, paracetamol, buscopan, voltaren, alginac, hixizine (que inclusive é bom pra dormir) e esse monte de remédios ajudam a prevenir alguma coisa... e se vc tomar todos a probabilidade é que consiga prevenir basicamente tudo!

Não, mas é sério... esse filme me fez concluir algo muito importante: eu não vou ficar doente nunca! E a lição desse post é essa: não fique doente!!

E a outra lição é: pegue sua caixa de lencinhos e dirija-se ao cinema mais próximo para assistir esse filme. É um filme que te faz pensar, e às vezes pensar é até bom! :)

sábado, 12 de setembro de 2009

EXPECTATIVAS PRA QUÊ?

Tá, hoje começo meu post com certa frustração!!

Mas antes, como sempre, vou dar o contexto pra vcs entenderem o porquê. Há quase um mês comecei a ter um desejo louco de fazer torta holandesa. Eu fiz uma sobremesa com uma massa parecida e pensei: "eu e o André AMAMOS torta holandesa... mas é difícil achar uma bem feita, vou fazer uma (que, obviamente, seria a melhor que eu já comi)!!" Na mesma hora olhei nas minhas coisas e só faltava um ingrediente para a tal da torta: biscoito Calipso (aquele que vai na borda, coberto com chocolate). Na hora pedi pro André ir no mercadinho da frente buscar. Nada de Calipso. Ele foi no da outra esquina, que também não tinha. Bem disposto, perguntou se deveria ir a um mercado maior. Claro que minha obsessão não me levaria tão longe (ou levaria?), então abri mão de fazer a torta naquele dia.

Dois dias depois fui ao Bourbon Country fazer compras, e a tal da Calipso estava na minha lista. Mas estava em falta! Na volta pra casa passei no Nacional da Encol, que também não tinha minha bolacha. Uma semana depois fui ao BIG, e ainda nada, assim como no Bourbon Ipiranga. Pensei eu: o universo está conspirando contra minha torta holandesa... mas haverei de prevalecer! Fui novamente ao Nacional perto de casa, ainda nada. Toda vez que passava perto de um mercado tinha que entrar pra tentar encontrar a tal bolacha... até que quarta passada fui ao Praia de Belas, onde tem uma Americanas (que tinha que ter Calipso, lá tem tudo!) e adivinhe? Não, nada da bolacha!!! Mas na saída tem um Nacional - que o André se recusou a entrar, pq já estava cansando da minha incessante busca. Ao chegar no corredor de bolachas lá estavam, sob um foco direto de luz, uns 20 pacotes de Calipso! Peguei 3, paguei e fui embora.

Antes de chegar na torta em si, devo dizer que na massa da torta vai creme de leite fresco batido (o mesmo do chantilly). Claro, em PoA não tem creme de leite fresco, mas tem nata, que é a mesma coisa, só que mais consistente. Eu NUNCA errei o ponto do chantilly, e olha que faço isso bastante, então ia ser bem fácil.

Hoje acordei decidida, faria a torta!! Passei a tarde arrumando umas coisas na cozinha, para culminar na confecção da tão sonhada torta. Eu, que já estava com expectativas altíssimas, preparei a forma com as bolachas e coloquei a manteiga pra bater com o açúcar... em seguida o leite condensado... a nata e o leite... aí é só esperar chegar no ponto de chantilly. E o que aconteceu aqui??? Ela não chegou ao ponto nunca, pq eu coloquei leite demais!! O que fazer? Peguei uma gelatina sem sabor que tinha e coloquei um pouco, claro, tentando remediar... mas o problema é que a torta já não ficou como deveria - e nem vai ficar, pq eu criei expectativas irreais quanto à torta!

Bom, eu ainda não comi, ela está lá gelando, mas não interessa o que aconteça, ela não está como eu quero... e aí eu vim para o escritório, onde o Dé está trabalhando e fiquei pensando em como é frustrante vc pensar tanto em alguma coisa e, na hora "H" ela não sair como a gente queria. O problema é que, ao mesmo tempo em que temos que sonhar (mesmo que com uma torta holandesa), temos que manter nossas expectativas realistas para não termos essa frustração quando alcançamos algo que não é exatamente o desejado. Com certeza a torta não ficou ruim, e eu tenho um doce gostoso pra comer... mas, de alguma forma, isso não me é suficiente.

Falei pro André que ia postar sobre a minha torta frustrada, ele riu!! Disse que eu estou confundindo blog com twitter. Mas eu nunca conseguiria contar minha triste história em 140 caracteres (nem em 1.400!), então estou compartilhando com vcs por aqui.

Minha dica: trabalhe no seu quociente de adversidade. Não deixe que frustrações bobas te deixem triste ou sem vontade de fazer tortas de novo! Pra me curar, vou comprar coisa amanhã pra fazer outra torta que dê certo - nem que eu tenha que ir até o Praia de Belas buscar minha Calipso! :)

Mas também aprenda a saborear as coisas que aparentemente não deram tão certo só pq não eram o que vc tinha em mente, quando elas podem ser tão boas quanto, só diferentes!

Depois eu conto pra vcs se vale a pena...

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

MUITO MAIS DO QUE A GENTE PRECISA...

Hoje tive outro insight, sobre outra coisa nada ver que leva a gente a conclusões que tem menos a ver ainda... mas blog serve pra isso, então vamos à história cabeluda de hoje.

Como toda boa mulher que nunca está feliz com o cabelo que tem, passei minha vida inteira reclamando do meu. Você pode até pensar: "reclamando como, o seu cabelo é TÃAAO lindo!!" Sim, ele é (a auto-estima vai bem, obrigada!), mas nem sempre foi assim.

Há alguns anos eu temia dias de chuva! O meu cabelo sempre foi meio armado, e sempre teve dificuldade de decidir se seria liso ou não. A minha rotina era tomar banho, escovar o cabelo e esperar que a natureza tomasse seu curso para secá-lo. O problema é que ele sempre ficou meio liso, porém mega volumoso... e em dias de chuva, eu tinha o meu próprio guarda-chuva. Isso porque, devido à umidade, o cabelo dobrava de volume, no lindo formato sino, lambido em cima e armadão embaixo.

Certo dia estou eu na cama com meu marido (calma, gente, a história não tem censura), conversando antes de dormir, como sempre fazemos, quando ele me diz: "Rô, já notou que a parte debaixo do seu cabelo forma cachos? Será que seu cabelo não é cacheado?" Eu ri da cara do pobre André, que nada entende de cabelos, então não fazia idéia do que estava falando! Mas a idéia não era de todo ruim, e lembrei que quando era pequena tinha cabelo com aqueles cachos bem grandes e definidos. Pra encurtar a história, o André me levou ao cabeleireiro e contou a questão, pedindo um corte que realçasse meus cachos. Conclusão: aos 26 anos descobri que meu cabelo era, na verdade, cacheado, e ele nunca se permitiu cachear pq eu saía do banho e o escovava (note, cacheado, não ruim!).

Agora, obviamente existe uma lição de moral na minha história sobre o universo capilar.

Lição número 1: Muitas vezes nós já possuímos aquilo que sempre quisemos, mas não nos damos conta. E, como muitas vezes aconteceu comigo, temos algo que desconhecemos. Pode ser uma habilidade, um dom, ou até mesmo o cabelo. Veja bem: Deus nos criou completos, criaturas perfeitas (até o couro cabeludo), e nos deu muito mais do que precisamos. Nós só temos que aprender a enxergar as coisas como Ele fez, ao invés de tentar mudar algo que é muito melhor em sua forma original (pode buscar os depoimentos de quem conheceu meu antes e depois, todos preferem meus cachos naturais).

Lição número 2: Embora às vezes tenhamos algo muito bom (como meu cabelo, claro!), podemos passar uma vida inteira sem perceber, até que chegue alguém de fora e nos mostre - eu demorei 26 anos para me encontrar com meus cachos! Temos que valorizar a opinião alheia (principalmente a do André) e aceitar ajuda de pessoas mais capacitadas em certos aspectos do que nós. Não existe demérito em alguém ver algo que vc nunca viu, por mais óbvio que seja. Às vezes estamos tão envolvidos nas situações que acabamos sendo cegados para as coisas mais simples.

Então procure pelas coisas que vc ainda não descobriu que tem, explore suas habilidades.

Figurativamente, abrace seus cachos e seja feliz! :)

sábado, 5 de setembro de 2009

VAMOS CONTAR HISTÓRIAS??

É engraçado como a gente tende a esquecer das coisas, né?! Antes eu achava que a gente esquecia das coisas ruins e só lembrava das boas, mas acho que isso é só quando a pessoa morre... pq quando é seu chefe, a tendência é ele lembrar só das coisas ruins. Por uma questão estatística (o número de gente que morre é parecido com o número de pessoas que têm chefes, suponho eu), vamos dizer que as pessoas esquecem fatos em geral, bons ou ruins.

Isso não necessariamente é uma coisa ruim. Acho até que se torna um mecanismo de defesa da gente, bloquear as coisas que não convêm, que nos entristecem, ou até mesmo fatos irrelevantes que só ocupam espaço no nosso HD interno. O problema de esquecer é que vc acostuma com isso, e com o tempo esquecer das coisas se torna aceitável e, algumas vezes, até esperado.

Hoje em um seminário eu ouvi uma coisa muito interessante (minha maravilhosa tia Leila, terapeuta de família, que disse): o ser humano é feito de histórias e ele vive de histórias. Se for assim, e eu acredito que seja, esquecer das coisas pode se tornar mais e mais crítico, dependendo do tipo de informação que vc esquece. Principalmente porque uma história que o seu mecanismo de defesa bloqueie poderia tornar-se fator determinante na vida de outra pessoa. Para deixar mais claro o meu ponto vou dar um exemplo.

Durante muito tempo minha mãe carregou consigo certa frustração por ter casado grávida. Isso acontece na vida de muitas pessoas, bem sabemos nós, mas por algum motivo alheio ao meu conhecimento esse fato teve uma repercussão muito grande na vida dela. Ela casou com o meu pai, eles "acertaram" a situação, tiveram mais filhos e já estão casados há 33 anos. No entanto, a história da minha mãe teve grande efeito na minha vida.

Como toda boa cristã, desde pequena fui ensinada sobre pureza e os benefícios de manter relacionamento sexual somente com o seu marido, mas, independente de qualquer crença, o assunto é muito mais uma escolha pessoal do que um mandamento religioso. Conheço muitas pessoas com o mesmo histórico que o meu, nascidas e criadas em lares cristãos, pessoas de fé e determinação, que nunca sequer imaginaram como seria a vida sem Deus. No entanto, algo fez com que essas pessoas escolhessem um caminho diferente do meu. Muitas delas optaram por relacionar-se antes do casamento e, como eu disse anteriormente, no final é tudo uma questão de opção pessoal.

O que, então, fez com que eu tomasse a decisão e (o mais importante) tivesse a determinação de não fazer sexo antes do casamento? Consegue adivinhar essa? Certamente foi a minha mãe! Não por força ou por algum tipo de proibição, mas porque eu conhecia a história de frustração dela o suficiente para não querer que ela se repetisse na minha vida. Sabe aquela história de "aprenda com os meus erros"? Isso realmente funciona, se vc for homem (ou mulher) o suficiente para admitir seus erros, admitir sua humanidade e perceber que seus erros não o tornam menos admirável - aliás, acho que o contrário é verdadeiro.

Hoje quem realmente me conhece e sabe o relacionamento que tenho com o meu marido, sabe que somos muito abençoados, e eu acredito que em grande parte temos essa bênção por causa das nossas escolhas. Agora, imagine se minha mãe tivesse bloqueado sua história, ou decidido que era muito vergonhoso contá-la para suas filhas? Assim, não quero imaginar muito isso, mas acredito firmemente que a minha escolha teria sido diferente, bem como meu marido - e isso eu não quero imaginar MESMO.

Claro, suas histórias devem ser muito diferentes das minhas, e mesmo que seus princípios não sejam os mesmos que os meus, uma verdade absoluta é que compartilhar experiências enriquece o ser humano e ajuda a entender de onde viemos e definir quem nos tornaremos. Quem não gosta de ouvir histórias sobre como seus pais se conheceram, como se apaixonaram, sobre sua própria infância ou coisas que vc não faz a mínima que aconteceram? O ser humano é curioso por natureza, e histórias são uma maneira de responder perguntas e instigar a nossa criatividade e imaginação.

Por isso, lembre-se das suas histórias, do que fez vc ser quem é hoje, e passe suas histórias adiante. As histórias são nosso legado, é como as gerações futuras lembrarão de você.

Qual é a sua história?

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

ALUCINAÇÕES ADOLESCENTES

Quando eu tinha 13 anos me apaixonei pela primeira vez... mas paixão de verdade, paixão daquelas que fazem vc fazer loucuras pelo ser amado: Nick Carter - pra quem não tem referências culturais, o Nick é o mais lindo dos 5 Backstreet Boys (e eu questiono minha sanidade no momento por compartilhar isso).

Continuando... eu já tinha gostado de alguns guris antes, claro, mas com o Nick era diferente... era de verdade! Certa de que casaria com ele, aprendi inglês sozinha, com a convicção de que, sendo sua esposa, teria que viver nos EUA e fazer muitas entrevistas em inglês - além de acompanhá-lo em diversas premiações (sim, nessa época eu achava que eles durariam para sempre - e que ganhariam muitos prêmios).

Não vou contar como porque não vem ao caso, mas por volta dos 17 anos meu amor por ele começou a se esvair e eu, que até então afirmava gostar dos Backstreet Boys (BSB, carinhosamente) só pela música, passei a ouvi-los cada vez menos. Claro, nessa época fui musicalmente educada (pelo André, óbvio!), e passei a ouvir rock - música de verdade - deixando o pop adolescente reprimido. Agora, toda vez que toca uma música dos BSB, eu quase choro! No começo eu até tentava disfarçar, mas agora eu canto mesmo, com vontade!

Para chegar ao meu ponto, preciso também contar que AMO assistir American Idol (o que também afirmo ser SÓ por causa da música), e fiquei muito feliz quando o David Cook ganhou no ano passado - porque ele canta muuuito (ele até é bonitinho - liiiindooo!!!! - mas a música é a grande questão aqui).

Hoje fui à livraria Cultura com o André. Como sempre ele é levado por forças maiores ao departamento de CDs, e ali fica ouvindo tudo que tem de novo dos artistas que gosta. De repente, enquanto ouvia Ben Harper, ele aponta para um outro CD. Eu olho! Meus olhos não podem acreditar! É o CD do David Cook!!!

Claro, a Rosane com toda a sua classe pega o CD da prateleira e corre para o primeiro fone disponível. De novo aquela vontade de chorar, de criança que achou o caminho pra casa. E aí vem aquele turbilhão de emoções, da época do Nick e do Brian, de cantar junto, e aquela sensação de estar traindo a imagem que eu criei de mim mesma, da humilhação que é admitir que sim, eu gosto de boy-bands e de American Idol, e das coisas que toda menina normal de 15 anos gosta!

Procurei o CD novo do Brian Littrell (também dos BSB), CD que minha irmã de 16 anos acabou de comprar e disse que é lindo. Também estava em promoção. O que vc acha que aconteceu aqui?

Eu acho assim: existe um período da vida que vc decide se esconder, que vc precisa criar a imagem perfeita, do que talvez vc gostaria de ser. Mas o bom mesmo é quando a gente consegue admitir - para si mesmo e para o mundo - que o seu gosto é seu, e que não é errado vc gostar de coisas que os outros não gostam. Aliás, agora pensando bem, fico pensando quantas outras pessoas enrustidas não gostam de BSB e reprimem isso por vergonha de admitir.

A lição de hoje é a seguinte: quem não gosta de rock, vai te julgar por ouvir rock. Quem não gosta de sertanejo, a mesma coisa, e assim por diante. Então se vc gosta de BSB, Britney Spears, Gian e Giovani, ou quem quer que seja, SAIA DO ARMÁRIO!! A vida é mais divertida quando vc abraça suas opções e descobre que são essas coisas que te tornam tão diferente dos outros.

Meu nome é Rosane, tenho 27 anos e gosto de Backstreet Boys e de David Cook!!

Libertador!! :)

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

A ALEGRIA DOS PASSARINHOS

Hoje não eram nem 8h da manhã quando virei para o lado para tentar achar uma posição mais confortável. Estava me questionando se deveria acordar definitivamente ou não, mas era muito cedo e, depois da noite passada, resolvi me dar um descanso.

Foi nessa hora que achei a posição mais perfeita do mundo, quase indescritível, daquelas que vc não quer se mexer nunca mais pra não perdê-la. Pensei: "bah, esse soninho vai ser bom!"... mas mais uns minutos passaram e eu ali deitada, sem dormir.

Passarinhos do mal, cantando na minha janela!!

Comecei a pensar, acho que os passarinhos fazem isso só pra irritar a gente! Já na noite passada (das 6h da manhã, lembra?) tive problemas para dormir pq os mesmos passarinhos cantantes estavam lá, tagarelando - aparentemente dentro do meu quarto de tão alto! Enquanto pensava no azar que eu tenho de morar no segundo andar do prédio, onde quaisquer sons são tão audíveis, lembrei das incontáveis madrugadas que os tais passarinhos me mantiveram acordada porque simplesmente não paravam de cantar.

Aí pensei no seguinte: não importa o que aconteça, toda madrugada que eu acordo por volta das 6h ou 7h, lá estão os passarinhos cantando. A princípio o fato me incomoda, pq tira minha concentração e meu sono... mas agora, pensando nos passarinhos, fiquei imaginando o que acontece de tão legal na vida deles que todo dia eles estão lá, cantando tão felizes! Eu, que achava que a função única dos passarinhos era me acordar de madrugada e fazer cocô no pára-brisas do meu carro logo após ter sido lavado, encontrava-me agora pensando que talvez mais coisas aconteçam neste universo aviário do que nos damos conta. Agora, imagine você o que é ter motivos para cantar todos os dias da sua vida...

Claro, se vc estiver sempre cantando, alguma pessoas ficarão incomodadas, isso é certo (olha eu com os passarinhos)! Eu já ouvi - e concordo! - que às vezes é mais fácil partilhar a dor alheia do que a alegria. Mas imagine como a sua vida será melhor se você aprender com os passarinhos e encontrar todos os dias um motivo para cantar? Porque, mesmo com as coisas ruins que possam acontecer no decorrer do nosso dia, temos muitas coisas em que podemos nos alegrar também, acaba sendo uma questão de foco.

Então hoje escolha viver mais como os passarinhos.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

DELÍRIOS DE CONSUMO

O contexto:
Acordei ressaltada às 6h da manhã! Pleno final de agosto e aquele calor de ligar o ar-condicionado. A minha preguiça me mandava ficar na cama e esperar o sono voltar, mas a minha bexiga me mandou ir ao banheiro antes que ela explodisse.

Meio sem sono depois de uma noite mal dormida, fui andando em direção ao banheiro. Nessa hora, mil idéias passando pela minha cabeça... e a idéia do blog ali, no cantinho obscuro do cérebro. Pensei comigo mesma: é agora! Passei no escritório a caminho do banheiro, peguei um papel, uma caneta e a primeira coisa que vi para apoiar o papel - um mega dicionário vermelho - e continuei em meu caminho. Sentei no vaso, contemplativa. Branco!!! Que saco, isso deve ser algum tipo de sinal, né?! Decepcionada, coloquei o conjunto literário na pia, lavei a mão e saí do banheiro sem rumo. Já estava brava com a idéia de que o blog não ia sair quando sentei no sofá e liguei a TV, esperando o sono voltar.

Passando pelos canais, parei para assistir a uma propaganda da Polishop. Funciona assim: toda vez que passo por essas propagandas da Polishop tenho que assistir, mesmo que seja de um alisador de cabelo miraculoso que eu nunca vou usar na vida. E toda vez sinto-me impulsionada a entrar no site e ver o que mais eles têm de útil pra mim. O problema é que tudo me é útil - e isso não é brincadeira! Voltando à propaganda: assim... eu não tomo suco! Mas a idéia do maravilhoso Juicer Philips Walita com 1000W de potência me faz considerar a idéia de tomar suco... porque ele faz suco com a fruta inteira... e vem com um livro de receitas com mais de 200 combinações de suco pra vc... e vc ganha um conjunto de copos e um espremedor de frutas cítricas... e não é só isso! Se vc ligar agora, recebe inteiramente grátis um purificador de água para acoplar à torneira!! Tudo bem, o alisador de cabelos pode não ser lá essas coisas, mas o incrível Juicer Philips Walita com 1000W de potência é TUUUDO na vida! O cartão de crédito pulando dentro da bolsa!

Aí eu me lembro que não posso comprar nada agora, estamos em contenção total - embora comprar o Juicer seja muito bom neste momento, pq estou ficando mais em casa, cozinhando mais e, com o Juicer Walita, fazendo mais sucos. Eles parcelam em tantas vezes... e ele é bonito, grande, tem valor agregado! Nesta hora a voz do marido começa a gritar lá no fundo: "vc não precisa disso!" Claro, meu primeiro reflexo é discutir e argumentar sobre as 3000 mil utilidades que ele obviamente não está vendo que o Juicer teria na minha vida. E aí eu penso: "esse Juicer ficaria tão lindo na minha cozinha... mas onde? No balcão não dá, pq tem a máquina de café e o George Foreman - aliás, tivemos que tirar a torradeira e a máquina de fazer pão de lá. Pendurado, talvez? Nah, já tem o microondas e o forninho elétrico ocupando o espaço. Armários, nem pensar. Nem na prateleira de eletrodomésticos que já contém o seguinte: batedeira planetária, espremedor de frutas cítricas, liquidificador, processador, torradeira, máquina de tortinhas e mini-processador. Logo abaixo da prateleira, fora o microondas, tem o mixer, que engloba várias outras funções como batedor de claras e processador (note, o meu terceiro!).

Bom, esse é o meu dilema de todo dia com as propagandas da Polishop!! Já considerei a idéia de comprar, experimentar por 30 dias e, se não gostar, eles devolvem todo o meu dinheiro. Será que alguém devolve mesmo? Com todo o trabalho que dá?

E toda essa revolução interna que durou não mais que 5 minutos me fez pensar na sociedade consumista em que vivemos. Tudo é necessário, tudo é essencial - até o alisador de cabelos (para o meu cabelo cacheado). Todos os dias vemos mais produtos disponíveis, aparentemente que solucionarão um grande problema que nem sabíamos que tínhamos. E aí compramos muita coisa, fica tudo entulhado e, na hora de usar, a gente acaba optando por fazer outra coisa pq o aparelho está difícil demais de ser alcançado. Como a gente gasta dinheiro com coisa desnecessária!! Como EU gasto dinheiro com coisa desnecessária! E o pior, fico me convencendo que preciso daquilo só para ter a desculpa para comprar.

Precisamos abrir mão dessa mentalidade capitalista e gananciosa, de sempre querer mais! Não digo que não podemos comprar mais nada, mas temos que aprender a reavaliar nossas reais necessidades e - o mais importante - aprendermos a nos contentar com o que temos, que muitas vezes já é muito mais do que realmente precisamos. Eu tenho que aprender a tomar mais suco, comer mais frutas, viver uma vida mais saudável.

Então está decidido: o Juicer Philips Walita com 1000W de potência é realmente necessário para esta minha nova resolução... viu só? Que bom que pensei em tudo isso antes de comprar só pelo impulso! =)