segunda-feira, 28 de setembro de 2009

O IMPORTANTE É ACREDITAR...

O propósito do meu blog é saber que tem gente aí fora que vai acompanhar meus pensamentos insanos e, ocasionalmente, até entendê-los. Por isso, hoje me inspirei a escrever sobre algo mais sério: acreditar.

Aparentemente Porto Alegre tem muito mais ateus que São Paulo, já que a cada semana eu encontro pelo menos uma pessoa que não acredita na existência de Deus. Há algum tempo isso tem me feito pensar, porque, embora eu tenha convicções muito fortes a respeito do assunto, minha tendência não é entrar no mérito da questão a não ser que eu tenha abertura para tal.

No entanto, eu sempre acreditei que é necessário ter muito mais fé para não acreditar em Deus do que para acreditar. Isso porque pra mim a idéia de um ser superior ter criado tudo é muito mais concebível do que a idéia de uma grande explosão que tenha formado tudo! Fora isso, a vida é muito mais difícil sem a esperança de ter alguém cuidando de nós o tempo todo, alguém que tem planos traçados para a nossa vida.

Pensando nisso, há algumas semanas estava na companhia de um dos meus amigos que é ateu, quando entramos na tal discussão. Na verdade, compartilhei com ele algo que não pensava há tempos, algo que meu pai sempre dizia quando estava argumentando sobre a existência de Deus. Aliás, parênteses aqui, o meu pai não aceita a existência de ateus no mundo. Ele acha que ateus não existem, o que existem são pessoas que nunca conversaram com ele!! :) Certamente, se alguém sequer pensa na não-existência de Deus perto do meu pai, lá está ele argumentando até que a pessoa se dê por vencida! Mas, voltando ao válido argumento dele:

Vamos supor que você (que não acredita em Deus) esteja certo, e eu passei a minha vida inteira orando por nada, trabalhando na igreja por nada, acreditando pateticamente na existência de um ser superior que nunca existiu. Certo dia eu morro. O que acontece comigo? Absolutamente nada! Porque não existe Deus, não existe céu, não existe inferno... tudo que existe é o nada, de onde talvez eu saia para a minha próxima vida. E com você, a mesma coisa.
Agora, vamos supor que eu esteja certo. Eu passei minha vida inteira vivendo para Deus, pregando Sua Palavra. Certo dia eu morro. O que acontece comigo? Eu tenho a Salvação, a certeza da minha vida eterna no céu, junto a Deus. e com você, o que vai acontecer?

Ainda dentro desse pensamento, sábado passado o nosso apóstolo Laerte compartilhou conosco o seu ponto de vista, no qual eu nunca tinha pensado. Uma das grandes questões da vida: se Deus existe, por que tanto mal acontece no mundo? A pessoa que faz essa pergunta está atrás de justiça, aquela que o próprio Deus tem preparada para o julgamento final. Justiça que destruirá o criador de todo o mal da Terra, e mandará os malfeitores para a maldição eterna. E por que essa tal justiça está demorando tanto? Por causa de nós! Por causa daqueles que não acreditam, para que possam vir a conhecer a Deus e aceitá-lo como seu Salvador, antes que seja tarde demais. Porque, se o mundo acabasse hoje, o que aconteceria com vc? Você está certo da sua Salvação? O seu destino seria estar ao lado do Pai?

Mas, de qualquer forma, eu acredito que o importante MESMO seja acreditar! Muitas pessoas não acreditam... a questão é: é possível negar algo cuja existência você desconhece? Como negar a Deus se você nunca O conheceu? E a própria Bíblia, reconhecidamente a Palavra de Deus, diz que "a fé vem pelo ouvir, o ouvir a Palavra de Deus". Como você vai acreditar se nunca ouviu?

E mesmo quem acredita, muitas vezes chega a questionar... a convicção é o que nos leva adiante, é o que nos faz acreditar que não estamos sozinhos! E se você perde a convicção, perde basicamente tudo o que te sustenta... e aí voltar a acreditar é muito mais difícil. Não deixe entrar dúvida em seu coração, porque uma vez que a dúvida está lá, é muito mais difícil livrar-se dela.

Eu tenho provas em minha vida de que Deus existe e que Ele tem muita misericórdia e amor por mim. Não tenho como negar Sua existência, nem duvidar de que minha vida está sob Seu absoluto controle. E, uma vez que você tem esse tipo de convicção, a dúvida não tem mais lugar, nem o pânico diante do desconhecido... o que eu sei é que, não importa o que aconteça, Deus está fazendo ou permitindo que aconteça. E isso é tudo o que eu preciso saber.

O importante é acreditar!!

terça-feira, 22 de setembro de 2009

CADA UM NO SEU PARADOXO...

O texto abaixo visa discutir importantes paradoxos na vida dos seres humanos em geral, exemplificando com os meus próprios, a fim de evitar quaisquer constrangimentos.
ATENÇÃO: este conteúdo é impróprio para menores de 18 anos e maiores de 19. Sua leitura pode causar danos não-conclusivos ao seu cérebro..

O dicionário Houaiss define paradoxo como: "pensamento, proposição ou argumento que contraria os princípios básicos e gerais que costumam orientar o pensamento humano, ou desafia a opinião consabida, a crença ordinária e compartilhada pela maioria."

Em palavras mais simples, um paradoxo é uma idéia que é contrária a ela mesma. Você deve estar lendo meu blog agora e pensando: "UAU, essa menina tem muito vocabulário, ela é um gênio!" Não que tais afirmações não sejam verdadeiras, mas, para melhorar sua auto-estima, meu pai sempre dizia que eu tenho pouco vocabulário, então eu me propus a usar alguns vocábulos mais bonitos de vez em quando para desafiar tal afirmação. Por isso, leio o dicionário sempre que vou ao banheiro para o meu number 2, e aí aprendo palavras como essa. Ou então leio o blog do Ap. Laerte (laertecardoso.com.br), que contém palavras como etéreo e inexorável. Outro recurso válido é ligar para a minha mãe, que de vez em quando usa construções como "as flores estão medrando no jardim", ou "essa roupa está puída". Dá-lhe dicionário!

Enfim, o propósito desse post não é discutir sobre a minha genialidade (embora fosse bom assunto para um post). Eu tenho alguns paradoxos que venho pensando a respeito, e talvez alguém possa me ajudar a solucionar alguns deles. Os paradoxos abaixo serão apresentados na estrutura Tostines (vende mais porque é fresquinho ou é frequinho porque vende mais?), para dar ao leitor duas opções de resposta.

1. Gostam da Rosane porque ela é maravilhosa, ou ela é maravilhosa porque gostam dela?
2. A Rosane escreve bem porque tem vocabulário, ou tem vocabulário porque escreve bem?
3. Ela tem boa auto-estima porque pode, ou ela pode porque tem boa auto-estima?
4. Gosta de adolescentes porque é uma, ou é uma porque gosta de adolescentes?
5. Fez um blog porque não tem mais o que fazer, ou não tem mais o que fazer porque fez um blog?

Agora, imagine você o que é viver com esses paradoxos todos os dias da minha vida? Todos os dias eu tenho esses momentos de reflexão que me ajudam na definição das duas grandes perguntas que todos um dia já se fizeram: "Quem sou eu?" e "O que eu vou almoçar hoje?"

Se você puder, querido leitor, colabore com respostas. Ou use esse espaço para compartilhar seus próprios paradoxos, mas não deixe de refletir sobre as grandes perguntas da sua vida.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

NÃO FIQUE DOENTE!!

Hoje fui ao cinema assistir "Uma Prova de Amor" (My sister´s keeper), com a Cameron Diaz e a Abigail Breslin, a guriazinha de Little Miss Sunshine. Vou dar uma prévia da história - prometo que ler isso não vai estragar o filme pra vc, e não tem nada a ver com o desfecho.

Um casal tem 2 filhos e descobre que a filha, mais nova, Kate, tem câncer. Como todos são incompatíveis para doar qualquer coisa pra ela, eles decidem ter mais um filho para poder ser doador dela. Assim nasce Anna, que desde recém-nascida já doa medula, células tronco e etc. para a irmã. Só que aos 11 anos, na pré-adolescência, a menina resolve processar os pais porque quer ter controle sobre o próprio corpo, não quer mais ser forçada a doar nada para a irmã.

Bom, é óbvio que o filme é pra qualquer um chorar (até o André que não chorou em Marley e Eu - aliás, como pode?? - chorou nesse). Isso porque vc é levado pra dentro da família, e acaba vivenciando toda a dinâmica deles. Os atores são de primeira, e o diretor, que é o mesmo de Diário de Uma Paixão, mostrou que tem dom mesmo pra fazer a gente chorar!!

Mas a questão toda do filme nem é que é ele triste ou chorante. Acho que a mágica é que ele faz vc pensar em coisas que normalmente não pensaria. Vc começa a se colocar no lugar dos personagens e pensar no que faria. É tudo muito real, e a situação é bem profunda. De um lado vc tem uma menina de 15 anos sofrendo de câncer, sendo privada de toda a sua adolescência para tentar sobreviver. De outro, tem uma mãe desesperada que faz tudo pela filha e, sem perceber, acaba negligenciando marido e os outros filhos por causa da filha doente. Claro, é tudo muito inconsciente, mas faz vc pensar que a pessoa que está doente pode estar sofrendo, mas ela não é a única. Imagine o que é vc saber que veio ao mundo para "repor" as peças de alguém?!

E é aí nessa loucura que eu, hipocondríaca admitida, fico pensando nessa coisa de ficar doente. Vc ter pessoas gastando o dinheiro que não tem, saindo do emprego, indo e vindo de hospital, tudo pra cuidar de vc. E, ao mesmo tempo que vc não quer que isso aconteça, basicamente não tem outra opção, pq vc se torna completamente dependente. Claro, Deus não dá mais do que a gente possa suportar e etc., mas a questão não é espiritualizar aqui... é pensar como ser humano, nas dificuldades de outra pessoa ter que abrir mão de sua vida por uma doença que nem é dela. De certa forma, ficar doente é até egoista!

E as pessoas perguntam pq eu tomo tanto remédio... acho que sou orgulhosa demais pra depender dos outros, e acho que inclusive me sentiria mal de fazer alguém passar por isso junto comigo. Aí vc vai dizer que tomar remédio deixa a gente ainda mais doente... não é verdade, remédio é bom, remédio é amigo! Dipirona, paracetamol, buscopan, voltaren, alginac, hixizine (que inclusive é bom pra dormir) e esse monte de remédios ajudam a prevenir alguma coisa... e se vc tomar todos a probabilidade é que consiga prevenir basicamente tudo!

Não, mas é sério... esse filme me fez concluir algo muito importante: eu não vou ficar doente nunca! E a lição desse post é essa: não fique doente!!

E a outra lição é: pegue sua caixa de lencinhos e dirija-se ao cinema mais próximo para assistir esse filme. É um filme que te faz pensar, e às vezes pensar é até bom! :)

sábado, 12 de setembro de 2009

EXPECTATIVAS PRA QUÊ?

Tá, hoje começo meu post com certa frustração!!

Mas antes, como sempre, vou dar o contexto pra vcs entenderem o porquê. Há quase um mês comecei a ter um desejo louco de fazer torta holandesa. Eu fiz uma sobremesa com uma massa parecida e pensei: "eu e o André AMAMOS torta holandesa... mas é difícil achar uma bem feita, vou fazer uma (que, obviamente, seria a melhor que eu já comi)!!" Na mesma hora olhei nas minhas coisas e só faltava um ingrediente para a tal da torta: biscoito Calipso (aquele que vai na borda, coberto com chocolate). Na hora pedi pro André ir no mercadinho da frente buscar. Nada de Calipso. Ele foi no da outra esquina, que também não tinha. Bem disposto, perguntou se deveria ir a um mercado maior. Claro que minha obsessão não me levaria tão longe (ou levaria?), então abri mão de fazer a torta naquele dia.

Dois dias depois fui ao Bourbon Country fazer compras, e a tal da Calipso estava na minha lista. Mas estava em falta! Na volta pra casa passei no Nacional da Encol, que também não tinha minha bolacha. Uma semana depois fui ao BIG, e ainda nada, assim como no Bourbon Ipiranga. Pensei eu: o universo está conspirando contra minha torta holandesa... mas haverei de prevalecer! Fui novamente ao Nacional perto de casa, ainda nada. Toda vez que passava perto de um mercado tinha que entrar pra tentar encontrar a tal bolacha... até que quarta passada fui ao Praia de Belas, onde tem uma Americanas (que tinha que ter Calipso, lá tem tudo!) e adivinhe? Não, nada da bolacha!!! Mas na saída tem um Nacional - que o André se recusou a entrar, pq já estava cansando da minha incessante busca. Ao chegar no corredor de bolachas lá estavam, sob um foco direto de luz, uns 20 pacotes de Calipso! Peguei 3, paguei e fui embora.

Antes de chegar na torta em si, devo dizer que na massa da torta vai creme de leite fresco batido (o mesmo do chantilly). Claro, em PoA não tem creme de leite fresco, mas tem nata, que é a mesma coisa, só que mais consistente. Eu NUNCA errei o ponto do chantilly, e olha que faço isso bastante, então ia ser bem fácil.

Hoje acordei decidida, faria a torta!! Passei a tarde arrumando umas coisas na cozinha, para culminar na confecção da tão sonhada torta. Eu, que já estava com expectativas altíssimas, preparei a forma com as bolachas e coloquei a manteiga pra bater com o açúcar... em seguida o leite condensado... a nata e o leite... aí é só esperar chegar no ponto de chantilly. E o que aconteceu aqui??? Ela não chegou ao ponto nunca, pq eu coloquei leite demais!! O que fazer? Peguei uma gelatina sem sabor que tinha e coloquei um pouco, claro, tentando remediar... mas o problema é que a torta já não ficou como deveria - e nem vai ficar, pq eu criei expectativas irreais quanto à torta!

Bom, eu ainda não comi, ela está lá gelando, mas não interessa o que aconteça, ela não está como eu quero... e aí eu vim para o escritório, onde o Dé está trabalhando e fiquei pensando em como é frustrante vc pensar tanto em alguma coisa e, na hora "H" ela não sair como a gente queria. O problema é que, ao mesmo tempo em que temos que sonhar (mesmo que com uma torta holandesa), temos que manter nossas expectativas realistas para não termos essa frustração quando alcançamos algo que não é exatamente o desejado. Com certeza a torta não ficou ruim, e eu tenho um doce gostoso pra comer... mas, de alguma forma, isso não me é suficiente.

Falei pro André que ia postar sobre a minha torta frustrada, ele riu!! Disse que eu estou confundindo blog com twitter. Mas eu nunca conseguiria contar minha triste história em 140 caracteres (nem em 1.400!), então estou compartilhando com vcs por aqui.

Minha dica: trabalhe no seu quociente de adversidade. Não deixe que frustrações bobas te deixem triste ou sem vontade de fazer tortas de novo! Pra me curar, vou comprar coisa amanhã pra fazer outra torta que dê certo - nem que eu tenha que ir até o Praia de Belas buscar minha Calipso! :)

Mas também aprenda a saborear as coisas que aparentemente não deram tão certo só pq não eram o que vc tinha em mente, quando elas podem ser tão boas quanto, só diferentes!

Depois eu conto pra vcs se vale a pena...

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

MUITO MAIS DO QUE A GENTE PRECISA...

Hoje tive outro insight, sobre outra coisa nada ver que leva a gente a conclusões que tem menos a ver ainda... mas blog serve pra isso, então vamos à história cabeluda de hoje.

Como toda boa mulher que nunca está feliz com o cabelo que tem, passei minha vida inteira reclamando do meu. Você pode até pensar: "reclamando como, o seu cabelo é TÃAAO lindo!!" Sim, ele é (a auto-estima vai bem, obrigada!), mas nem sempre foi assim.

Há alguns anos eu temia dias de chuva! O meu cabelo sempre foi meio armado, e sempre teve dificuldade de decidir se seria liso ou não. A minha rotina era tomar banho, escovar o cabelo e esperar que a natureza tomasse seu curso para secá-lo. O problema é que ele sempre ficou meio liso, porém mega volumoso... e em dias de chuva, eu tinha o meu próprio guarda-chuva. Isso porque, devido à umidade, o cabelo dobrava de volume, no lindo formato sino, lambido em cima e armadão embaixo.

Certo dia estou eu na cama com meu marido (calma, gente, a história não tem censura), conversando antes de dormir, como sempre fazemos, quando ele me diz: "Rô, já notou que a parte debaixo do seu cabelo forma cachos? Será que seu cabelo não é cacheado?" Eu ri da cara do pobre André, que nada entende de cabelos, então não fazia idéia do que estava falando! Mas a idéia não era de todo ruim, e lembrei que quando era pequena tinha cabelo com aqueles cachos bem grandes e definidos. Pra encurtar a história, o André me levou ao cabeleireiro e contou a questão, pedindo um corte que realçasse meus cachos. Conclusão: aos 26 anos descobri que meu cabelo era, na verdade, cacheado, e ele nunca se permitiu cachear pq eu saía do banho e o escovava (note, cacheado, não ruim!).

Agora, obviamente existe uma lição de moral na minha história sobre o universo capilar.

Lição número 1: Muitas vezes nós já possuímos aquilo que sempre quisemos, mas não nos damos conta. E, como muitas vezes aconteceu comigo, temos algo que desconhecemos. Pode ser uma habilidade, um dom, ou até mesmo o cabelo. Veja bem: Deus nos criou completos, criaturas perfeitas (até o couro cabeludo), e nos deu muito mais do que precisamos. Nós só temos que aprender a enxergar as coisas como Ele fez, ao invés de tentar mudar algo que é muito melhor em sua forma original (pode buscar os depoimentos de quem conheceu meu antes e depois, todos preferem meus cachos naturais).

Lição número 2: Embora às vezes tenhamos algo muito bom (como meu cabelo, claro!), podemos passar uma vida inteira sem perceber, até que chegue alguém de fora e nos mostre - eu demorei 26 anos para me encontrar com meus cachos! Temos que valorizar a opinião alheia (principalmente a do André) e aceitar ajuda de pessoas mais capacitadas em certos aspectos do que nós. Não existe demérito em alguém ver algo que vc nunca viu, por mais óbvio que seja. Às vezes estamos tão envolvidos nas situações que acabamos sendo cegados para as coisas mais simples.

Então procure pelas coisas que vc ainda não descobriu que tem, explore suas habilidades.

Figurativamente, abrace seus cachos e seja feliz! :)

sábado, 5 de setembro de 2009

VAMOS CONTAR HISTÓRIAS??

É engraçado como a gente tende a esquecer das coisas, né?! Antes eu achava que a gente esquecia das coisas ruins e só lembrava das boas, mas acho que isso é só quando a pessoa morre... pq quando é seu chefe, a tendência é ele lembrar só das coisas ruins. Por uma questão estatística (o número de gente que morre é parecido com o número de pessoas que têm chefes, suponho eu), vamos dizer que as pessoas esquecem fatos em geral, bons ou ruins.

Isso não necessariamente é uma coisa ruim. Acho até que se torna um mecanismo de defesa da gente, bloquear as coisas que não convêm, que nos entristecem, ou até mesmo fatos irrelevantes que só ocupam espaço no nosso HD interno. O problema de esquecer é que vc acostuma com isso, e com o tempo esquecer das coisas se torna aceitável e, algumas vezes, até esperado.

Hoje em um seminário eu ouvi uma coisa muito interessante (minha maravilhosa tia Leila, terapeuta de família, que disse): o ser humano é feito de histórias e ele vive de histórias. Se for assim, e eu acredito que seja, esquecer das coisas pode se tornar mais e mais crítico, dependendo do tipo de informação que vc esquece. Principalmente porque uma história que o seu mecanismo de defesa bloqueie poderia tornar-se fator determinante na vida de outra pessoa. Para deixar mais claro o meu ponto vou dar um exemplo.

Durante muito tempo minha mãe carregou consigo certa frustração por ter casado grávida. Isso acontece na vida de muitas pessoas, bem sabemos nós, mas por algum motivo alheio ao meu conhecimento esse fato teve uma repercussão muito grande na vida dela. Ela casou com o meu pai, eles "acertaram" a situação, tiveram mais filhos e já estão casados há 33 anos. No entanto, a história da minha mãe teve grande efeito na minha vida.

Como toda boa cristã, desde pequena fui ensinada sobre pureza e os benefícios de manter relacionamento sexual somente com o seu marido, mas, independente de qualquer crença, o assunto é muito mais uma escolha pessoal do que um mandamento religioso. Conheço muitas pessoas com o mesmo histórico que o meu, nascidas e criadas em lares cristãos, pessoas de fé e determinação, que nunca sequer imaginaram como seria a vida sem Deus. No entanto, algo fez com que essas pessoas escolhessem um caminho diferente do meu. Muitas delas optaram por relacionar-se antes do casamento e, como eu disse anteriormente, no final é tudo uma questão de opção pessoal.

O que, então, fez com que eu tomasse a decisão e (o mais importante) tivesse a determinação de não fazer sexo antes do casamento? Consegue adivinhar essa? Certamente foi a minha mãe! Não por força ou por algum tipo de proibição, mas porque eu conhecia a história de frustração dela o suficiente para não querer que ela se repetisse na minha vida. Sabe aquela história de "aprenda com os meus erros"? Isso realmente funciona, se vc for homem (ou mulher) o suficiente para admitir seus erros, admitir sua humanidade e perceber que seus erros não o tornam menos admirável - aliás, acho que o contrário é verdadeiro.

Hoje quem realmente me conhece e sabe o relacionamento que tenho com o meu marido, sabe que somos muito abençoados, e eu acredito que em grande parte temos essa bênção por causa das nossas escolhas. Agora, imagine se minha mãe tivesse bloqueado sua história, ou decidido que era muito vergonhoso contá-la para suas filhas? Assim, não quero imaginar muito isso, mas acredito firmemente que a minha escolha teria sido diferente, bem como meu marido - e isso eu não quero imaginar MESMO.

Claro, suas histórias devem ser muito diferentes das minhas, e mesmo que seus princípios não sejam os mesmos que os meus, uma verdade absoluta é que compartilhar experiências enriquece o ser humano e ajuda a entender de onde viemos e definir quem nos tornaremos. Quem não gosta de ouvir histórias sobre como seus pais se conheceram, como se apaixonaram, sobre sua própria infância ou coisas que vc não faz a mínima que aconteceram? O ser humano é curioso por natureza, e histórias são uma maneira de responder perguntas e instigar a nossa criatividade e imaginação.

Por isso, lembre-se das suas histórias, do que fez vc ser quem é hoje, e passe suas histórias adiante. As histórias são nosso legado, é como as gerações futuras lembrarão de você.

Qual é a sua história?

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

ALUCINAÇÕES ADOLESCENTES

Quando eu tinha 13 anos me apaixonei pela primeira vez... mas paixão de verdade, paixão daquelas que fazem vc fazer loucuras pelo ser amado: Nick Carter - pra quem não tem referências culturais, o Nick é o mais lindo dos 5 Backstreet Boys (e eu questiono minha sanidade no momento por compartilhar isso).

Continuando... eu já tinha gostado de alguns guris antes, claro, mas com o Nick era diferente... era de verdade! Certa de que casaria com ele, aprendi inglês sozinha, com a convicção de que, sendo sua esposa, teria que viver nos EUA e fazer muitas entrevistas em inglês - além de acompanhá-lo em diversas premiações (sim, nessa época eu achava que eles durariam para sempre - e que ganhariam muitos prêmios).

Não vou contar como porque não vem ao caso, mas por volta dos 17 anos meu amor por ele começou a se esvair e eu, que até então afirmava gostar dos Backstreet Boys (BSB, carinhosamente) só pela música, passei a ouvi-los cada vez menos. Claro, nessa época fui musicalmente educada (pelo André, óbvio!), e passei a ouvir rock - música de verdade - deixando o pop adolescente reprimido. Agora, toda vez que toca uma música dos BSB, eu quase choro! No começo eu até tentava disfarçar, mas agora eu canto mesmo, com vontade!

Para chegar ao meu ponto, preciso também contar que AMO assistir American Idol (o que também afirmo ser SÓ por causa da música), e fiquei muito feliz quando o David Cook ganhou no ano passado - porque ele canta muuuito (ele até é bonitinho - liiiindooo!!!! - mas a música é a grande questão aqui).

Hoje fui à livraria Cultura com o André. Como sempre ele é levado por forças maiores ao departamento de CDs, e ali fica ouvindo tudo que tem de novo dos artistas que gosta. De repente, enquanto ouvia Ben Harper, ele aponta para um outro CD. Eu olho! Meus olhos não podem acreditar! É o CD do David Cook!!!

Claro, a Rosane com toda a sua classe pega o CD da prateleira e corre para o primeiro fone disponível. De novo aquela vontade de chorar, de criança que achou o caminho pra casa. E aí vem aquele turbilhão de emoções, da época do Nick e do Brian, de cantar junto, e aquela sensação de estar traindo a imagem que eu criei de mim mesma, da humilhação que é admitir que sim, eu gosto de boy-bands e de American Idol, e das coisas que toda menina normal de 15 anos gosta!

Procurei o CD novo do Brian Littrell (também dos BSB), CD que minha irmã de 16 anos acabou de comprar e disse que é lindo. Também estava em promoção. O que vc acha que aconteceu aqui?

Eu acho assim: existe um período da vida que vc decide se esconder, que vc precisa criar a imagem perfeita, do que talvez vc gostaria de ser. Mas o bom mesmo é quando a gente consegue admitir - para si mesmo e para o mundo - que o seu gosto é seu, e que não é errado vc gostar de coisas que os outros não gostam. Aliás, agora pensando bem, fico pensando quantas outras pessoas enrustidas não gostam de BSB e reprimem isso por vergonha de admitir.

A lição de hoje é a seguinte: quem não gosta de rock, vai te julgar por ouvir rock. Quem não gosta de sertanejo, a mesma coisa, e assim por diante. Então se vc gosta de BSB, Britney Spears, Gian e Giovani, ou quem quer que seja, SAIA DO ARMÁRIO!! A vida é mais divertida quando vc abraça suas opções e descobre que são essas coisas que te tornam tão diferente dos outros.

Meu nome é Rosane, tenho 27 anos e gosto de Backstreet Boys e de David Cook!!

Libertador!! :)

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

A ALEGRIA DOS PASSARINHOS

Hoje não eram nem 8h da manhã quando virei para o lado para tentar achar uma posição mais confortável. Estava me questionando se deveria acordar definitivamente ou não, mas era muito cedo e, depois da noite passada, resolvi me dar um descanso.

Foi nessa hora que achei a posição mais perfeita do mundo, quase indescritível, daquelas que vc não quer se mexer nunca mais pra não perdê-la. Pensei: "bah, esse soninho vai ser bom!"... mas mais uns minutos passaram e eu ali deitada, sem dormir.

Passarinhos do mal, cantando na minha janela!!

Comecei a pensar, acho que os passarinhos fazem isso só pra irritar a gente! Já na noite passada (das 6h da manhã, lembra?) tive problemas para dormir pq os mesmos passarinhos cantantes estavam lá, tagarelando - aparentemente dentro do meu quarto de tão alto! Enquanto pensava no azar que eu tenho de morar no segundo andar do prédio, onde quaisquer sons são tão audíveis, lembrei das incontáveis madrugadas que os tais passarinhos me mantiveram acordada porque simplesmente não paravam de cantar.

Aí pensei no seguinte: não importa o que aconteça, toda madrugada que eu acordo por volta das 6h ou 7h, lá estão os passarinhos cantando. A princípio o fato me incomoda, pq tira minha concentração e meu sono... mas agora, pensando nos passarinhos, fiquei imaginando o que acontece de tão legal na vida deles que todo dia eles estão lá, cantando tão felizes! Eu, que achava que a função única dos passarinhos era me acordar de madrugada e fazer cocô no pára-brisas do meu carro logo após ter sido lavado, encontrava-me agora pensando que talvez mais coisas aconteçam neste universo aviário do que nos damos conta. Agora, imagine você o que é ter motivos para cantar todos os dias da sua vida...

Claro, se vc estiver sempre cantando, alguma pessoas ficarão incomodadas, isso é certo (olha eu com os passarinhos)! Eu já ouvi - e concordo! - que às vezes é mais fácil partilhar a dor alheia do que a alegria. Mas imagine como a sua vida será melhor se você aprender com os passarinhos e encontrar todos os dias um motivo para cantar? Porque, mesmo com as coisas ruins que possam acontecer no decorrer do nosso dia, temos muitas coisas em que podemos nos alegrar também, acaba sendo uma questão de foco.

Então hoje escolha viver mais como os passarinhos.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

DELÍRIOS DE CONSUMO

O contexto:
Acordei ressaltada às 6h da manhã! Pleno final de agosto e aquele calor de ligar o ar-condicionado. A minha preguiça me mandava ficar na cama e esperar o sono voltar, mas a minha bexiga me mandou ir ao banheiro antes que ela explodisse.

Meio sem sono depois de uma noite mal dormida, fui andando em direção ao banheiro. Nessa hora, mil idéias passando pela minha cabeça... e a idéia do blog ali, no cantinho obscuro do cérebro. Pensei comigo mesma: é agora! Passei no escritório a caminho do banheiro, peguei um papel, uma caneta e a primeira coisa que vi para apoiar o papel - um mega dicionário vermelho - e continuei em meu caminho. Sentei no vaso, contemplativa. Branco!!! Que saco, isso deve ser algum tipo de sinal, né?! Decepcionada, coloquei o conjunto literário na pia, lavei a mão e saí do banheiro sem rumo. Já estava brava com a idéia de que o blog não ia sair quando sentei no sofá e liguei a TV, esperando o sono voltar.

Passando pelos canais, parei para assistir a uma propaganda da Polishop. Funciona assim: toda vez que passo por essas propagandas da Polishop tenho que assistir, mesmo que seja de um alisador de cabelo miraculoso que eu nunca vou usar na vida. E toda vez sinto-me impulsionada a entrar no site e ver o que mais eles têm de útil pra mim. O problema é que tudo me é útil - e isso não é brincadeira! Voltando à propaganda: assim... eu não tomo suco! Mas a idéia do maravilhoso Juicer Philips Walita com 1000W de potência me faz considerar a idéia de tomar suco... porque ele faz suco com a fruta inteira... e vem com um livro de receitas com mais de 200 combinações de suco pra vc... e vc ganha um conjunto de copos e um espremedor de frutas cítricas... e não é só isso! Se vc ligar agora, recebe inteiramente grátis um purificador de água para acoplar à torneira!! Tudo bem, o alisador de cabelos pode não ser lá essas coisas, mas o incrível Juicer Philips Walita com 1000W de potência é TUUUDO na vida! O cartão de crédito pulando dentro da bolsa!

Aí eu me lembro que não posso comprar nada agora, estamos em contenção total - embora comprar o Juicer seja muito bom neste momento, pq estou ficando mais em casa, cozinhando mais e, com o Juicer Walita, fazendo mais sucos. Eles parcelam em tantas vezes... e ele é bonito, grande, tem valor agregado! Nesta hora a voz do marido começa a gritar lá no fundo: "vc não precisa disso!" Claro, meu primeiro reflexo é discutir e argumentar sobre as 3000 mil utilidades que ele obviamente não está vendo que o Juicer teria na minha vida. E aí eu penso: "esse Juicer ficaria tão lindo na minha cozinha... mas onde? No balcão não dá, pq tem a máquina de café e o George Foreman - aliás, tivemos que tirar a torradeira e a máquina de fazer pão de lá. Pendurado, talvez? Nah, já tem o microondas e o forninho elétrico ocupando o espaço. Armários, nem pensar. Nem na prateleira de eletrodomésticos que já contém o seguinte: batedeira planetária, espremedor de frutas cítricas, liquidificador, processador, torradeira, máquina de tortinhas e mini-processador. Logo abaixo da prateleira, fora o microondas, tem o mixer, que engloba várias outras funções como batedor de claras e processador (note, o meu terceiro!).

Bom, esse é o meu dilema de todo dia com as propagandas da Polishop!! Já considerei a idéia de comprar, experimentar por 30 dias e, se não gostar, eles devolvem todo o meu dinheiro. Será que alguém devolve mesmo? Com todo o trabalho que dá?

E toda essa revolução interna que durou não mais que 5 minutos me fez pensar na sociedade consumista em que vivemos. Tudo é necessário, tudo é essencial - até o alisador de cabelos (para o meu cabelo cacheado). Todos os dias vemos mais produtos disponíveis, aparentemente que solucionarão um grande problema que nem sabíamos que tínhamos. E aí compramos muita coisa, fica tudo entulhado e, na hora de usar, a gente acaba optando por fazer outra coisa pq o aparelho está difícil demais de ser alcançado. Como a gente gasta dinheiro com coisa desnecessária!! Como EU gasto dinheiro com coisa desnecessária! E o pior, fico me convencendo que preciso daquilo só para ter a desculpa para comprar.

Precisamos abrir mão dessa mentalidade capitalista e gananciosa, de sempre querer mais! Não digo que não podemos comprar mais nada, mas temos que aprender a reavaliar nossas reais necessidades e - o mais importante - aprendermos a nos contentar com o que temos, que muitas vezes já é muito mais do que realmente precisamos. Eu tenho que aprender a tomar mais suco, comer mais frutas, viver uma vida mais saudável.

Então está decidido: o Juicer Philips Walita com 1000W de potência é realmente necessário para esta minha nova resolução... viu só? Que bom que pensei em tudo isso antes de comprar só pelo impulso! =)